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Marco Territorial 51/95. Você sabe o que é isso?

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Ainda que você não seja um amante da leitura, possivelmente já ouviu falar de João Guimarães Rosa . Nascido em Cordisburgo, interior de Minas Gerais, no ano de 1908, Guimarães Rosa foi escritor e diplomata. Formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais em 1930, tornou-se capitão médico da Força Pública do Estado  de Minas Gerais. Em 1934 fez concurso para a carreira diplomática. Foi cônsul em Hamburgo, secretário da embaixada em Bogotá, além de representar o Brasil em conferências da UNESCO em Paris, dentre outras funções. Em 1929 publicou na revista “O Cruzeiro”, o conto “O Mistério de Highmore Hall”. Esse foi o início de uma profícua carreira literária. Em sua obra, Guimarães Rosa “fez uso do material de origem regional para uma interpretação mítica da realidade , através de símbolos e mitos de validade universal, a experiência humana meditada e recriada mediante uma revolução formal e estilística. Nessa tarefa de experimentação e recriação da li

A caminho de Curvelo

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O ônibus segue em velocidade moderada pela BR 135. Manhã de sol. À minha esquerda, uma parede de pés de eucalipto. Por trás dessa parede, um mar de pés de eucalipto. O controverso eucalipto. Quande eu era criança, e o tio Generoso tinha uma casa mais bonita do que a nossa, em cuja frente se estendia um extenso gramado, ele plantou dois pés de eucalipto na borda do tapete verde. Árvores de tronco liso, folhas estreitas e sempre verde, independente da estação do ano, cresceram numa velocidade bem acima da experimentada pelas árvores que conhecíamos até então.  Aquelas duas árvores esticadas para o céu, de certo modo, distinguiam o meu tio dos demais. Por muito tempo, apenas ele possuía eucaliptos no jardim. Nunca me perguntei como aquelas árvores tinham chegado ali. E por não ter tido a curiosidade de saber, esse continua sendo um dos mistérios que acumulo para decifrar, talvez, algum dia. Os exemplares que serviam de distinção para o meu tio carregava consigo algumas polêmicas. D

A inauguração da Fábrica de Manteiga e a visita da Banda

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Em primeiro de novembro de 1949 foi inaugurada na cidade de Santana de Pirapama, interior de Minas Gerais, a "importante fábrica de manteiga dos irmãos Palhares". O evento contou com um extenso programa que "foi executado fielmente e com grande entusiasmo" e contou com a presença de autoridades e "forasteiros de vários pontos do Estado." A participação da Banda de Música Euterpe Santa Luzia foi decisiva para abrilhantar ainda mais a festividade. A "aplaudida organização do Cedro" viajou até a nossa cidade a convite de dois pirapamenhos que, àquela altura, habitavam a vila do Cedro, surgida em torno da Fábrica do Cedro, a mais antiga fábrica de tecidos em atividade no nosso país e que integra a empresa Cedro Têxtil. Esses pirapamenhos, Jaime Joaquim Ribeiro e José Joaquim Ribeiro, deram origem à numerosa família Ribeiro, cujos membros, até hoje, ocupam posições de destaque na cidade de Caetanópolis. A inauguração da Fábrica de Manteiga Vi

Sobre o nome "Santana de Pirapama"

Lembro-me de, quando criança, ouvir as pessoas mais velhas dizerem “vou nas Traíras”, quando precisavam comparecer a uma consulta médica, fazer compras ou resolver qualquer pendência. Curiosa como qualquer criança, quis saber onde ficavam as Traíras e então me explicaram que esse era o nome antigo de nossa cidade. Aprendi também que esse nome se devia ao fato de lá, antigamente, ser o lar de gente brava.  A traíra é  um peixe que normalmente habita águas paradas, em lagos, lagoas, remansos. Costuma se situar próxima aos barrancos cobertos com vegetação, à espreita de suas presas. Sim, a traíra é um peixe carnívoro! Sua dieta é composta de peixes menores, rãs e insetos. Possui dentes poderosos e afiadíssimos, daí carregar o epíteto de “peixe bravo” Mais tarde, aprendi na escola que a palavra “PIRAPAMA” significa “peixe bravo”. De origem indígena, essa palavra é composta de outras duas: pira=peixe, pama=bravo. Só agora, em minhas pesquisas, descobri que nossa terra recebeu e

Por que 70 anos de jubileu em Pirapama?

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A palavra jubileu é utilizada para designar o quinquagésimo aniversário de casamento ou do exercício de uma função- por exemplo: jubileu sacerdotal, jubileu de magistério etc, ou ainda de uma instituição ou empresa. Tem sua origem no latim   iubilum que  significa “grande alegria”. O termo iubilum tanto era usado para designar o grito de guerra ou de vitória quanto o cântico de alegria nas celebrações religiosas.  Na lei judaica, o jubileu é o “ano seguinte a uma ‘semana de semanas’ de anos. Assim como o sábado é o descanso semanal das pessoas e dos animais, a terra também tem o seu sábado: seis anos são para a semeadura, mas o sétimo ano é de descanso. Após sete períodos de sete anos, o quinquagésimo ano é santificado - este é o ano do jubileu.” Para o catolicismo o Ano Jubilar acontece a cada 25 anos ou extraordinariamente, conforme a necessidade, e representa uma oportunidade de conversão. Na ocasião, os católicos são chamados ao arrependimento e à penitência, através de cel

A chegada do Intendente

Instalado o município de Santana de Pirapama em 1º de janeiro de 1949, algumas providências deveriam ser logo tomadas para a efetivação do poder público municipal. Um intendente foi nomeado pelo governo do Estado de Minas Gerais para exercer o poder executivo municipal até que se instalasse a Câmara municipal e fossem nomeados um prefeito e um vice-prefeito.  A chegada desse intendente à nossa cidade também foi noticiada na Gazeta de Paraopeba: Intendente municipal  No dia 7 deste aqui chegou sendo recebido festivamente, com música, fogos e discursos o nosso Intendente Municipal — o Exmo. sr. dr. Lucretius Rosenbürg, figura de projeção e cidadão possuidor de ótimas qualidades. Ao seu encontro foi uma comitiva que o recebeu à entrada do município. À sua chegada falou em nome do povo, o farmacêutico Geraldo Ávila, que lhe deu as boas vindas. Também usaram da palavra o vigário pe. Roque e o revmo. pe. Júlio Gomes. Ao receber as chaves da Prefeitura o sr. Intendente, pediu a

Notícias de Pirapama - em 1952

No ano de 1952 a cidade de Santana de Pirapama vivia "dias de franco progresso cívico-religioso e de grandes melhoramentos. As celebrações da Semana Santa naquele ano ocorreram com "pompa e esplendor". Foram 7000 comunhões, graças às abnegação do vigário, Monsenhor Roque, "que ficava no confessionário até às 1 e 2 horas da madrugada".  Naquele ano a Escola de Música Santa Cecília, cujo maestro era o Tenente Antônio Ferreira, comemorou o seu primeiro aniversário, com alvorada, missa festiva e "solene sessão à noite, no Cine-Teatro Santana". A Escola de Música Santa Cecília era composta pela Banda  25 de Dezembro, pelo Jazz Tenente Ferreira e pela Orquestra Coro Regina Pacis.  Outro fato que animava os pirapamenses naquele ano era a construção da ponte sobre o Rio das Velhas. Havia, por causa da construção, "um grande movimento na cidade". Em 02 de fevereiro havia sido instalado o Posto de Fomento de Algodão. Logo esse órgão entrou e

Alguns dados sobre a origem de Santana de Pirapama

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A Revista do Arquivo Público Mineiro constitui uma excelente ferramenta para quem deseja conhecer o passado de nosso Estado. Ela " traz a público documentos dos períodos colonial, imperial e republicano, pesquisas e ensaios sobre história e arquivística, notícias bibliográficas referentes aos mais recentes livros sobre o passado mineiro, além de entrevistas com talentosos historiado res de nossa época. Outra importante contribuição da RAPM é a divulgação dos instrumentos de pesquisa que auxiliam no acesso ao acervo da instituição."  E o bacana é que qualquer pessoa pode ter acesso ao seu acervo. Você pode  adquirir uma cópia impressa da revista na sede do Arquivo Público Mineiro localizado na Av. João Pinheiro 372, Lourdes - 30130-186 / Belo Horizonte, MG. Mas, também pode fazer consultas on line no endereço  www.siaapm.cultura.mg.gov.br . Pois bem. A Revista do Arquivo Público mineiro traz muitas informações sobre a história de Santana de Pirapama.  Você já deve ter o

Quem são os personagens dessa história?

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Você viu no post anterior que  jornal "Gazeta de Paraopeba" publicou uma matéria carregada de detalhes sobre as festividades que marcaram a emancipação política de Santana de Pirapama, ocorridas no dia 1º de janeiro de 1949.  Capitaneada pelo Padre Roque Venâncio da Silveira, que àquela altura ainda não havia obtido o título de monsenhor, a festa contou com a presença de "grande número de forasteiros", dentre eles inúmeras autoridades: deputados federais Juscelino Kubitstchek e Vasconcelos Costa; deputado estadual Emílio de Vasconcelos Costa; Coronel Tito Alvarenga, Rubens Palhares dentre outras. Mas, a matéria cita também as autoridades locais: o escrivão de paz, sr. Olavo Ribeiro, juiz de paz, sr. João Cândido, esse, aliás foi o responsável, como representante do Juiz de Direito da Comarca,  por declarar instalado o município. Além destes, também estiveram presentes e fizeram discursos o farmacêutico Geraldo Avila, sr. Alencar Valgas e dona Maria das Dores D

Traíras na Gazeta

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Uma das poucas construções antigas da cidade de Santana de Pirapama O jornal "Gazeta de Paraopeba" foi um "semanário independente, consagrado aos interesses do município", que circulou na cidade de Paraopeba, Estado de Minas Gerais, por mais de 40 anos. Seu acervo físico, conservado na Biblioteca Pública Municipal "Agnaldo Edmundo" e os números disponíveis em acervos digitais, tais como o da Biblioteca Nacional, constitui valiosa referência no estudo do cotidiano de Paraopeba e de seus arredores em boa parte do século XX. A partir de 1945, a Gazeta de Paraopeba passou a publicar notícias e notas sobre Pirapama. O exemplar de número 1877, de 15 de abril de 1945 trouxe a seguinte nota: “ Dessa florescente localidade (antiga Traíras) pertencente ao município de Cordisburgo, publicaremos, doravante, algumas notícias que pessoa amiga nos prometeu remeter. Pirapama muito tem progredido nestes últimos tempos, notadamente depois que está à frent