Três dicas para viver melhor e mais leve
Não tenha razão
“Neste ano quero ser feliz, não quero ter razão”.
Na tarde do último dia do ano de 2010 eu ouvia
a Rádio Itatiaia (610 am, 95,7 fm) de Belo Horizonte (MG) como sempre fazia
quando estava de folga e nos fins de semana. Aliás, eu cresci ouvindo a
Itatiaia, pois é a estação de rádio preferida da minha mãe e foi, durante
décadas, a principal fonte de informação para a minha família naqueles rincões
de Minas. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, nos anos de 1986 a 1988
ouvíamos com muita atenção as informações divulgadas pela rádio. Na escola, a
professora solicitou uma redação sobre o tema e o meu texto ficou tão bom que
foi lido para a turma.
Mas, voltando ao assunto, naquela tarde o
locutor Robson Laureano disse uma frase que desde então, se tornou meu mantra:
“nesse ano de 2011 quero ser feliz, não quero ter razão! ”
A gente gasta tempo
e energia tentando provar que está certo. Para garantir o respeito das pessoas,
comprovar o nosso conhecimento, enfim, por motivos os mais diversos tentamos
provar o tempo todo que estamos com a razão e que o nosso ponto de vida é o
mais adequado. Em muitas ocasiões isso nos leva a nos envolver em conflitos
desnecessários.
Mantenha-se no
tempo presente
Parece óbvio, mas,
a gente sempre se esquece de que o passado já passou, não importa mais, não dá
para mudar. O futuro é uma incerteza. O que temos é o agora.
Acordamos
pela manhã angustiados pela quantidade de tarefas que temos a realizar. Ao escovarmos os dentes vamos repassando
mentalmente a agenda. Engolimos o café da manhã enquanto lemos as mensagens que
chegaram ao celular durante a noite através dos diversos aplicativos de interação.
Mensagens essas que continuam chegando. O tempo todo. Dirigimo-nos ao trabalho
enquanto sonhamos com o fim de semana. Não prestamos atenção ao que estamos
fazendo. Ou seja, não estamos “de corpo presente”, pois estamos o tempo todo
pensando em algo futuro ou fazendo duas ou mais coisas ao mesmo tempo.
Deixamos
de nos olhar no espelho enquanto escovamos os dentes e apreciar a imagem ali
refletida. Perdemos a oportunidade de agradecer por termos dentes sadios. Não nos
desfrutamos do prazer de preparar o café da manhã para as pessoas que nos
rodeiam e para nós mesmos. Sentir o aroma desprendido pelo pó no encontro com a
água quente. Perceber a textura dos pães. Não apreciamos o sabor daquilo que
ingerimos. Estamos com pressa! O tempo não para, o dia será insuficiente para
tudo que precisamos fazer.
Estabelecemos
metas profissionais, pessoais, sociais. E trabalhamos para atingi-las. Não há
nenhum problema nisso. As metas são norteadoras de nossa trajetória, por tanto,
necessárias. O problema começa quando deixamos para ser felizes só quando as
alcançamos. Quando conseguir aquele emprego... quando comprar aquele carro...
quando comprar a casa própria... quando for aceito naquele grupo...
Tenha empatia
Por mais absurda
que lhe pareça a posição do outro, faça o esforço de colocar-se em seu lugar.
Assim, você poderá compreender suas razões.
Concorde! Só depois apresente
seus argumentos.
A grande escritora Clarisse Lispector escreveu: “Antes de julgar a minha
vida ou o meu caráter… calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu
percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias.
Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim
como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história.
Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que
eles tiveram que trilhar na vida. ”
Não vale a pena gastar energia avaliando porque fulano age dessa e não
daquela forma. Todos somos livres para fazermos nossas próprias escolhas de
acordo com nossos próprios critérios. A única restrição é não prejudicarmos às
demais pessoas.
Mais uma vez trata-se de evitar discussões e conflitos desnecessários.
Mais uma vez trata-se de aproveitar a oportunidade de aprender. Trata-se de
fazer mais juízo de fato e menos juízo de valor.
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