Quem leu os livros da Série Vagalume?

Nos últimos temos vários posts nas redes sociais, especialmente no Facebook, têm lembrado a Coleção Vagalume, ou Série Vagalume, série de livros produzidos pela Editora Ática na década de 1980. Títulos como “Éramos Seis”, “A Ilha Perdida”, "A Turma da rua quinze", "Cem noites Tapuias", "O Caso da Borboleta Atíria", "Zezinho, o Dono da Porquinha Preta" e muitos outros faziam a nossa alegria. Dentre os principais autores estavam Maria José Dupré, Marçal Aquino, Lúcia Machado de Almeida, Marcos Rey.

Reli nos últimos dias “O Escaravelho do Diabo”, de Lúcia Machado de Almeida. O exemplar que possuo é da 12ª edição do livro, feita em 1985. Traz as marcas de incontáveis leituras em todos esses anos: a encadernação está se soltando, as páginas trazem marcas de dedos, a contracapa já não existe mais. Uma pena, pois, a contracapa de todos os volumes da coleção trazia a miniatura das capas de todos os demais livros. A gente costumava marcar os livros já lidos. Havia uma disputa saudável para ver quem conseguia ter mais livros marcados.
Capa de "O Escaravelho do Diabo", edição de 1985. bastante dilacerado pelas inúmeras leituras.

“O Escaravelho do Diabo” trata de uma série de crimes que abalam uma pacata cidade brasileira fictícia, os quais guardam alguns traços comuns entre si. As vítimas recebiam pelos Correios alguns dias antes, uma caixa na qual continha um escaravelho (besouro) cujo nome científico tinham relação com o instrumento escolhido para provocar-lhes a morte. Além disso, todas as vítimas eram ruivas autênticas e possuíam sardas.  Havia, por tanto, um assassino à solta e o protagonista, um estudante de medicina, colabora com a polícia na sua caça.

Ler o livro trinta anos depois foi um exercício interessante. Já não sou mais a mesma; perdi muito da capacidade imaginativa de uma criança de dez anos. O mundo também mudou. Em tempos de séries policiais na TV ( CSI Miami, Elementary, Crossing Lines) parece bem ingênuo o método utilizado para a investigação. Também o final não é o esperado de um livro policial.


Mas, quem disse que esse é um livro policial? Trata-se de uma história muito bem escrita, com algum suspense, bem ao gosto dos adolescentes da década de 1980. E que pode, perfeitamente, entreter os adolescentes de hoje. E a pessoas mais vividas também. Prova disso é que estive bem entretida por algumas horas. Tanto que decidi: vou ler os demais volumes da coleção. Sei que levarei bem mais tempo do que naquela época. Afinal, tenho uma rotina bem mais movimentada do que uma garota de dez anos dos anos oitenta.



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